O dia 18 de maio marca a conscientização nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi criada pela Lei Federal 9.970/00 e é uma conquista que demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no Brasil. O Gerente do Pão, João Rocha, escreveu o artigo “Remédio contra a violência infanto-juvenil” publicado hoje em Zero Hora, e aborda uma série de desafios que a sociedade como um todo precisa se engajar para reduzir os altos índices de violência infanto-juvenil.
O objetivo é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade, mais efetivamente, na defesa dos direitos de crianças e adolescentes. É necessário garantir a toda criança e adolescente o direito ao seu desenvolvimento de forma segura e protegida, livre do abuso e da exploração sexual.
Confira o texto:
Remédio contra a violência infantojuvenil
João Rocha – Gerente Socioeducativo da Fundação O Pão dos Pobres de Santo Antônio
Temos acompanhado um número crescente de casos de violência contra crianças e adolescentes. São agressões física, sexual, emocional e os mais variados casos de negligência, evidenciados ainda mais pelo imediatismo proporcionado pela internet.
O próprio universo on-line, que serve como um meio para alertar sobre os riscos, tornou-se mais uma ferramenta para a prática das mais variadas formas de violação. Crianças e adolescentes têm sido alvos de exploração on-line, problema que preocupa cada vez mais as famílias. No Brasil, em 2022, houve 111.929 denúncias de crimes envolvendo imagens de violência sexual contra crianças, um aumento de 9,91% com relação ao ano anterior.
Saindo do virtual para a “vida real”, observa-se que a maioria dos casos de violência dessa natureza ocorre dentro de casa mesmo. Segundo dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, em estudo do comitê científico do Núcleo Ciência pela Infância, o país registra 673 casos por dia de violência contra crianças de até seis anos. E o mais perturbador: 84% dessas agressões têm pais, padrastos, madrastas ou avós como suspeitos. Em se falando de estupro de vulnerável, crianças de até 13 anos representam a maior parte das vítimas no país (61,3% do total de casos), de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022.
Reconhecer que o problema existe é o primeiro passo para promover uma cultura de prevenção e de proteção, incentivando as denúncias e a responsabilização dos agressores.
Nesse contexto, aproveitamos a proximidade com o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, destacado em 18 de maio, para chamar a atenção para algo que temos defendido em nossos quase 128 anos de trabalho: criança precisa de cuidado à saúde, segurança alimentar, além de afeto e ambientes educacionais de qualidade e garantia de seus direitos.
A Fundação O Pão dos Pobres tem em seu DNA promover o engajamento da sociedade civil em prol dos direitos de crianças e adolescentes – no âmbito da prevenção -, ao estar integrada a políticas públicas, envolvendo as áreas de proteção social e educação. Uma luta diária, que convoca a todos!
